
Arthur de Castro Ribeiro é um jovem estudante universitário de história que estagia dando aulas em um colégio público. Antes engajado no movimento estudantil, ele se desiludiu com sua luta por justiça social por falta de identificação, afinal, ele tinha uma vida com privilégios por ser da classe média. Sem muitas perspectivas futuras na academia intelectual, aceitando o fato de ser um ninguém, envolveu-se com brigas de gangues por muito tempo, aprendendo a lutar, na esperança de encontrar emoção em sua vida.
Com a gangue ele adquiriu novos amigos e ficou feliz realmente criando um sentimento de pertencimento, de que era especial. Porém, a gangue era envolvida com o crime organizado, que Arthur via como prejudiciais aos movimentos sociais e aos pobres, que era injustamente criminalizados por conta destes criminosos à margem da sociedade. Por isso, quando soube da ligação, ele decidiu largá-la.
Infelizmente para o jovem universitário, o traficante Ricardinho era um dos patronos da gangue. E ele era um homem muito ambicioso e perigoso. Depois de conhecer o geneticista Gabriel Soares que não tinha incentivo do governo ou de empresas privadas para seus experimentos genéticos em seres humanos, Ricardinho decidiu que bancaria suas pesquisas. Ele queria que Gabriel criasse super-soldados sem mente ou emoções para seguir as ordens dele, para que pudesse iniciar seus planos de conquista.
Dessa forma, o traficante usou a gangue para encontrar um jovem briguento que ninguém sentiria falta para ser a primeira cobaia. Esse jovem seria Roberto, um amigo de Arthur. Porém, quando ambos voltavam de um jogo de futebol no Maracanã passando por ruas escuras, homens armados a mando de Ricardinho capturaram Arthur por engano.
Raptado, ele foi levado à base secreta desse traficante, na favela da rocinha. Uma vez lá, ele foi entregue ao geneticista que iniciou os testes experimentais. Utilizando-se de radiações e outros experimentos químicos, Arthur teve sua estrutura molecular alterada. Seus genes se modificaram e lhe acrescentaram grande força muscular, agilidade, resistências e dureza corporal incríveis. Teve seu corpo alvo de castigos físicos (com facas ou porretes) apenas para testar seu poder de cura que eliminou todas as escoriações em segundos. Por uma semana, ele ficou em cativeiro sendo testado em suas novas habilidades.
Antes de passar pelo processo de lavagem cerebral onde perderia suas memórias e suas emoções, ele descobriu um outro poder desconhecido até para o geneticista Gabriel: raios de plasma. Suas mãos esquentaram e destruíram suas correntes e amarras. Aturdido, ele disparou seus raios em direções aleatórias visando escapar de seu cativeiro. Um de seus disparos acabou matando acidentalmente o geneticista. Abrindo um buraco na parede, ele se viu livre e fugiu.
Muito confuso e sem direção, ele vagou até a casa de Roberto onde contou tudo que aconteceu. Roberto morava sozinho em um bairro pobre e disse à família de Arthur que ele estava lá para estudarem para as provas finais da faculdade, pois tinha medo que o acusassem de ter sido culpado pelo seqüestro. Era mais fácil uma família de classe média acusar alguém pobre. Arthur ligou para casa e confirmou a história.
Então, subitamente, a porta da casa de Roberto foi arrombada. Homens a mando do traficante Ricardinho estavam atrás de Roberto. Todos achavam que o jovem amigo de Arthur que havia sido seqüestrado. Apenas o geneticista falecido tinha conhecimento de como era o rosto de sua cobaia. Portanto, foram até a casa de Roberto em busca dele. Arthur resolveu salvar o amigo e disparou suas rajadas de plasma novamente. Sem controlar direito, variava em atordoar e matar seus adversários. Até que um tiro de um dos homens acertou a cabeça de Roberto o levando à morte.
Sentindo-se culpado, Arthur voltou para sua casa. Contou à sua família e a todos que conheciam Roberto que ele fora assassinado por bandidos em um assalto no qual ele fugiu vivo. Vendo que poucos ligavam para o jovem pobre, sentiu que agora ele tinha poder para fazer a diferença. As lutas sociais eram contra ambiciosos bandidos, policiais e políticos corruptos, todo um sistema capitalista opressor, governo voltado para os mais ricos. Antes ele nada podia fazer, pois não acreditava no movimento social e na esquerda dividida. Agora ele tinha o poder para fazer a diferença.
Com uma camisa vermelha e preta, cores de sua gangue, ombreiras de metal customizadas, botas de couro de militar, lutas de borracha e uma máscara vermelha rudimentar, amarrada atrás da cabeça, ele se tornou no Rubro Negro, um super-herói que a mídia e a classe média torciam o nariz. Terrorista para uns, lunáticos para outros, o Rubro Negro vigia a cidade do Rio de Janeiro.
2 comentários:
Po, achei muito legal! Então o Rubro Negro é herói por "acidente"... hmmm!
foda... Mas essa historia de mudar as coisas sozinho... sei n
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