domingo, 15 de agosto de 2010

Rubro Negro #14 - Os Quatro Sinistros: Parte 1


Sobre um prédio, na Avenida Presidente Vargas, ele observava a cidade com seu novo uniforme vermelho e preto. O pequeno movimento daquele dia de semana. Decidiu que estava muito afastado do chão e foi pular para outro prédio mais baixo. Entretanto, na hora do salto, ele não teve força suficiente para o impulso.
A queda foi dolorosa. Bateu com as costas no chão duro, sentiu sua coluna espedaçar. Gritou de dor aguda. Quase perdera os sentidos na hora, mas não durou muito. Não sentiu seu poder de regeneração agir. Surpreso, ele desmaiou de dor.
Acordou como se estivesse em um pesadelo. Estava tudo escuro, ele podia ouvir o miado de um gato de rua. Suas costas não doíam mais. Ele pôde se mexer e constatar que estava curado. Ficou confuso, não entendia por que seus poderes haviam falhado. Saltou, ganhou altura. Subiu o prédio com facilidade. Olhou as horas no celular e viu que havia apagado por meia hora.
O que estava acontecendo?

Enquanto isso, naquela mesma noite, um grupo de pessoas de posses e poder sobre o Brasil estavam reunidos secretamente, longe do alcance de todos, longe de qualquer conhecimento oficial. Eram deputados, homens ricos que manobravam as leis no país, empresários donos dos poucos meios de comunicação de massa que atingiam todo o país, investidores estrangeiros com ganas de explorar um país com farta mão-de-obra e um povo adocicado por um governo que oferece esmola pública. Havia também uma figura carimbada: Ricardinho. Ele estava vivo e insatisfeito.
- Só porque sou de origem humilde, diferente de todos vocês aqui, não quer dizer eu seja burro. Eu sei que vocês andam lucrando bastante. Têm ganhado o dinheiro para comprar o leitinho suíço das crianças, não é? Pois eu tenho passado por maus bocados – seu repertório de palavras era coloquial, mas astuto, preciso. Aqueles homens poderosos já conheciam Ricardinho de longa data. Afinal, foram eles que o escolheram para ser o bode expiatório da sociedade de consumo.
- Eu tenho que lidar com essa porcaria de Rubro Negro. Sei que ele foi um erro meu, fui ambicioso em querer criar um grupo de super-soldados e acabei perdendo meu cientista e meu super-soldado. Que agora me caça. Ou me caçava, ele acha que estou morto. – ele olhava para todos nos olhos.
- Aonde quer chegar, Ricardo da Silva? Você está protegido. Excelentíssimos deputado Aloísio Mendonça e o empresário Francisco Heiner são seus aliados diretos. Aliados poderosos. Rubro Negro será pego, cedo ou tarde pela polícia. – dizia um homem com forte sotaque. Era um americano.
- Aí que tu se engana. Rubro Negro é imune a balas. Rubro Negro derrotou alguém até mais forte que ele, o tal do Cruz de Malta. – nessa parte, Ricardinho blefava. Era um mestre nas palavras. – Mas eu tenho um plano. Eu quero libertar quatro homens presos, especiais, para trabalharem para mim. E preciso de dinheiro para isso. – sorriu, enfim.

Noite seguinte, um objeto metálico com um visor circular vermelho sobrevoava Bangu 1, uma penitenciária onde havia prisões especiais construída para criminosos com super-habilidades. Diziam que havia uma cela especial à espera de Rubro Negro.
Passando despercebido pela vigilância, o objeto voador passou pela grade de uma das celas. Quem estava ali era o Copiador. Com um fino raio laser, o objeto voador soltou as algemas especiais, inibidoras de seus poderes. Em seguida, o intrigado Copiador ouviu uma voz.
- Saudações, Copiador. Aqui é o João Barreto, cientista. Temos um interesse em comum, eu creio. Pegar o Rubro Negro e acabar com ele. Siga as instruções.
O objeto metálico disparou um laser e abriu a sua sela. Um policial fazia a ronda e se surpreendeu. Entretanto, antes que pudesse avisar de uma fuga, foi morto pelo laser. O Copiador, então, assumiu sua forma. Pegou um cartão de segurança que dava acesso às outras selas.
- Agora quero que você liberte Danilo Cunha, conhecido como o Diabo. Também Vladimir Freitas, o Ciborgue Titânio e Sérgio Fonseca, conhecido como Lorde Mágiko.
O Copiador achou aquilo intrigante. Tantos nomes de pessoas especiais. Nunca tinha ouvido falar de João Barreto, mas algo lhe dizia que ele era apenas uma marionete. Alguém maior estava por trás. Decidiu que queria descobrir. Seguiu as ordens.
Assim que todos foram libertos, o alarme foi disparado. Vários policiais apareceram para tentar pegar aquelas pessoas. Mas livres das algemas especiais, eles eram super-vilões. Aqueles policiais não foram páreos para os poderes combinados daqueles quatro. Um helicóptero aterrissou no pátio e os levou embora. Não houve tempo de maior preparo. Uma fuga em massa foi anunciada pelos jornais como uma grande tragédia. O diretor do presídio foi demitido.
No dia seguinte, alojados em um barracão numa favela no Complexo do Alemão, os quatro vilões receberam a visita do chefe de João Barreto. Era ninguém menos que Ricardinho.
- Olá a todos. Eu sou Ricardinho. Vocês não devem saber que eu sou, mas eu sei quem são vocês. Sei que todos foram parar na prisão por conta do Rubro Negro. Ele é meu inimigo também. Juntos, sei que poderemos matar esse desgraçado – antes de continuar, fora interrompido.
- Apesar de muito querer acabar com o Rubro Negro, eu tenho mais o que fazer. Quero sair do país. – Disse o Copiador, usando a forma de um homem muito branco e loiro, com roupas de turista gringo.
- E eu tenho meus próprios planos. Só sei agir sozinho. – Disse o Diabo.
- Naturalmente, senhores. Mas acontece que existe patrocínio. Grandes nomes, grandes pessoas por trás de mim. Vocês serão bem pagos. – retrucou Ricardinho.
Todos se entreolharam, pareciam satisfeitos. Lorde Mágiko era o único que era movido totalmente por vingança, por ter sua vida arruinada. Ciborgue Titânio não se interessava pela morte de Rubro Negro, mas sim pelo dinheiro para voltar a ser um cientista. Diabo não tinha nada a perder. Não tinha para onde voltar. A marionete perfeita. O Copiador fora movido pelo dinheiro e pelo desejo de vingança pela humilhação que sofreu. Ele, um criminoso internacional, preso no Brasil por um vigilante mascarado local.
Todos estavam de acordo.

Naquela mesma noite, em outro lugar, Rubro Negro terminava de bater em garotos brancos, carecas e ricos, moradores da zona nobre da cidade que caçavam homossexuais pelas ruas da Lapa. Depois de esmagar o nariz do último com um pisão, Rubro Negro olhava em volta para uma platéia de pessoas de classe média assustada. Para eles, Rubro Negro batia em jovens saudáveis, filhos da prosperidade burguesa. Para eles, Rubro Negro era um monstro, um bandido.
- E fiquem na sua. Se eu souber que estão fazendo merda de novo, eu vou quebrar a cara de todo mundo. – virou as costas e saiu dali.
Pensativo, foi para uma praça e sentou-se ao lado de um mendigo. Havia jornais no chão e ele pegou um deles.
- Pois tu viu que coisa? Quatro manes que eu mandei pra cadeia estão livres. Isso vai dar merda. – o vigilante olhou para ele como se fosse um amigo de longa data.
O mendigo olhou assustado para Rubro Negro e pediu para não ser espancado. Rubro Negro bufou e saiu dali caminhando. A noite estava acabada. Entretanto, ele sentiu novamente uma fraqueza pelo corpo. Enjôo e dores de cabeça. Caminhou lentamente até uma árvore para se recostar. “Será que estou perdendo meus poderes de novo?” Para testar, deu um soco na árvore. Em condições normais, era capaz de fazer um grande buraco. Mas ele só sentiu a dor de alguns pequenos ossos da mão quebrando. Gritou de dor e quase se contorceu no chão. Ele estava sem poderes de novo! “Por hoje chega!”
Era madrugada, quase amanhecendo e ele sabia que não tinha como correr mais rápido pelas ruas. Estava sem poderes e sem acesso à suas roupas, pois ele sempre se trocava em casa quando chegava da sua patrulha diária. Correu pela calçada, para não ter chance de ser atropelado. Algumas pessoas olhavam curiosas para a cena. Alguns vaiavam, outros aplaudiam. Tinha sorte de ninguém lhe jogar coisas.
Por volta de cinco da manhã, ele chegou em casa exausto e com a mão quebrada. Fazia tempo que ele não sentia dor por tanto tempo. Tirou sua máscara, suas luvas, suas botas e sua camisa. O uniforme novo era bonito, mas seus pais não entenderiam se ele entrasse em casa vestido daquele jeito. Abriu a porta de casa e correu descalço, carregando a máscara, botas e luvas enroladas na camisa. Foi para o quarto. Seu pai estava acordado, tomando café. Ele sempre acordava muito cedo.
- O que é isso? Onde esteve?
- Na praia, correndo.
- O que? Mas tu nunca fizeste isso.
- Resolvi entrar em forma, pai. Mas agora vou dar uma dormida. Só tenho aula onze horas. – fechou a porta do quarto e dormiu.

Acordou com o sol forte. Em seu relógio, eram nove horas. Ele se sentiu forte e saudável, com sua mão não mais quebrada. Ergueu sua cama com uma mão e a equilibrou com um dedo. Estava forte de novo. Sorridente, foi pra sala comer um pão e ir pra faculdade.
- Tu dormiste bastante.
- Que nada. Ainda tenho tempo pra chegar no Fundão.
- O que? Tu dormiste ontem o dia e a noite inteira. Só acordou agora. Tentei te acordar várias vezes, mas em vão. Tu estás bem? – seu pai parecia preocupado. Sua mãe estava do lado, também preocupada.
- Eu... eu tô bem, relaxem. Só tava muito cansado. – pegou o pão e saiu comendo. Estava assustado. O que estava acontecendo? Só pensava em chegar a tempo da aula de seu orientador, o professor Cardoso.
Não conseguiu.
Ao chegar, viu Larissa e um rapaz estranho chamado Julio Pagotto, também estudante de história. Eles conversavam sobre quem seria assistente do professor Cardoso num artigo muito importante e inédito que ele escrevia. Alguns diziam que iria revolucionar a academia. Arthur foi falar com eles.
- Como foi a aula?
- Foi instigante, Arthur. Professor Cardoso estava inspirado. – dizia Larissa.
- Corte a parte de puxa saco. O que ele falou do tal artigo? – Arthur de mau humor por ter perdido a aula.
- Ele vai escolher um assistente, mas ele tem que estar bem preparado. Montar um relatório muito bom com material quente. Eu tenho uma ideia já. E vocês? – Julio cortou a conversa, se vangloriando.
Arthur não quis conversar sobre aquilo. Mas antes de virar as costas, Sofia apareceu sorrindo chamando por ele. Júlio observou a beleza de Sofia e se apresentou. Ela, entretanto, o achou estranho. Ele tinha cabelos negros, cumpridos e grandes olhos azuis. Sofia puxou o braço de Arthur para falarem a sós.
- Que garoto estranho. Mas então, Arthur. Hoje minha mãe dará uma festa para os amigos ricos dela. E eu não tenho ninguém para conversar. Que tal tu vir comigo?
- Pô, isso seria ótimo! – Arthur sorriu. Por dentro, queria dar saltos de alegria. Depois de combinarem detalhes, ele ouviu algumas pessoas conversando sobre os “Três Bandidos do Rubro Negro”.
- Como é isso aí? – ele apareceu no meio daqueles desconhecidos que ficaram meio sem jeito. Antes que um clima constrangedor surgisse, Arthur foi mais incisivo.
- Três o que do Rubro Negro?
- Bom, é acabei de escutar no rádio. Rubro Negro soltou Ciborgue Titânio, Diabo e Lorde Mágiko e estão atacando a Caixa Econômica Federal da Rio Branco, no centro.
Arthur rangeu os dentes. O Copiador estava com sua forma de novo. Fechou os punhos, sentindo sua força em plena forma e correu dali. “Eu durmo um pouco e já fazem essa bagunça inteira, só pra me foder. É obviamente uma armadilha. Mas eu vou dar cabo deles.”

Entre a Avenida Nilo Peçanha e Avenida Almirante Barroso a Avenida Rio Branco estava fechada pelos policiais. O Copiador sob a aparência de Rubro Negro disparava raios sobre carros de polícias. Diabo enfrentava os policiais com sua super-força e ignorando os tiros das pistolas. Ciborgue Titânio e Lorde Mágiko saíam da agência da Caixa Econômica com sacolas cheias de dinheiro. Nesse contexto, Rubro Negro surgiu saltando do teto do banco. Com um chute, acertou as costas de Diabo que voou alguns metros pra frente.
Ele se ergueu irritado e gritou a plenos pulmões.
- Prepara pra morrer! Tu já era!
Correu para tentar dar um soco, mas Rubro Negro desviou. Desde o primeiro encontro de ambos, Rubro Negro tem ganhado mais experiência em brigar. Diabo estava um passo atrás. Porém, mesmo desviando, Rubro Negro foi atingido nas costas por um raio de plasma vindo dele próprio, do Copiador. Rubro Negro caiu e rolou no chão algumas vezes, batendo a cabeça num poste.
- Essa foi boa. Seu raio de plasma é muito mais fraco que o meu, seu péla-saco!
Rubro Negro correu pra cima do Copiador. A essa altura, os policiais pararam de atirar, ignorando as ordens superiores. Jornalistas estavam a postos, filmando e tirando fotos. O Copiador disparou um raio para impedir que Rubro Negro se aproximasse, mas o herói mascarado saltou e aproveitou seu movimento no ar desferindo um chute com suas duas pernas juntas, jogando seu adversário longe.
Subitamente, antes que falasse alguma coisa, o cenário ao seu redor mudou drasticamente. Os prédios, as pessoas, a rua, tudo em sua volta começou a retorcer. Era como se Rubro Negro estivesse drogado. Ele olhou para sua volta, confuso. Sentiu uma lâmina de metal atravessar suas costas. Olhou para sua barriga e viu a ponta metálica banhada em seu sangue. Rubro Negro gritou de dor. O turbilhão distorcido da realidade logo voltou ao normal. Em sua frente estava Lorde Mágiko segurando um cajado com uma lâmina na ponta como se fosse uma lança.
- Mágiko, maldito – Rubro Negro sentia seu ferimento se fechar, porém, lentamente porque foi muito profundo. Estava difícil respirar. Então, dois braços metálicos esticados envolveram o vigilante mascarado. Rubro Negro se lembrava deles. Era Ciborgue Titânio o prendendo com um braço. O outro desferia um soco potente na sua cabeça.
- Abram espaço para o Diabo. Ele é meu. – Diabo aparecia limpando o sangue de seu rosto.
- Você apenas o amaciou para mim. – respondia Ciborgue Titânio.
Rubro Negro nada fazia. Sentia seus ossos sendo esmagados, mas sua perfuração se fechava rapidamente agora. O Copiador disparou uma rajada de energia e acertou os braços de Ciborgue. Jogou Rubro Negro no chão.
- Deixe-me dar um fim a ele. – Dizia o Copiador.
Antes que fizesse alguma coisa, Diabo correu e deu um encontrão com seu ombro e jogou Copiador para longe. Ciborgue Titânio agarrou Diabo com um dos braços e o jogou pra cima. Lorde Mágiko gritava para todos, os alertando.
- Parem de brigar, seus idiotas! Ele vai fugir!
Olharam em volta e viram Rubro Negro correndo pra longe dali. Seu pensamento era de conseguir mudar o ambiente do combate, enfrentar aos poucos seus adversários. Mas, quando tentou saltar sobre uma viatura policial virada de lado, escorregou e se chocou inteiro no carro, que virou de cabeça pra baixo.
Rubro Negro sentia dores viscerais enquanto se levantava. Seu ferimento na barriga parava de regenerar. Seus poderes haviam acabado novamente! Ele deu a volta no carro da polícia destruído e dobrou na Avenida Almirante Barroso. Desceu as escadas que davam de entrada para o metrô. Ouvia gritaria por todos os lados, pois os quatro vilões seguiam em seu encalço. Rubro Negro começou a suar frio. Estava sem seus poderes e não tinha pra onde correr. Um metrô chegou e ele gritou para se afastarem. Todas as pessoas obedeceram e ninguém entrou naquele vagão. Ele entrou e jogou-se no chão. Somente quando sentiu o movimento, ele sentiu-se salvo. Tirou sua máscara e respirou fundo, suado e cheio de dores.

No dia seguinte, ele acordava com dores de cabeça. Parecia que estava de ressaca. Viu que seu ferimento no estômago ainda estava lá. Sua força também havia desaparecido. Ele era um jovem comum de novo.
“Então, acabou? De repente, não sou mais o Rubro Negro? Agora sou um cara normal? Acho que estou finalmente livre, sem mais perigo, sem segredos, tempo pra estudar, sair e namorar?” nisso, lembrou-se de Sofia. Ele havia esquecido de se encontrar com ela no dia anterior. Ela deveria estar muito irritada. Foi pra faculdade levando seu uniforme de Rubro Negro. Acreditava que seus poderes voltariam.
Passou a manhã inteira tentado falar com ela, mas foi esnobado. Foi falar com o professor Cardoso, demonstrando interesse em ser seu assistente. Conseguiu uma dica para onde começar a pesquisar. Ficou feliz que ainda era um dos preferidos dele. Foi pra Biblioteca Nacional estudar sobre essa dica e ficou até a noite.
Seus poderes não haviam voltado e Arthur tomou para si a verdade de que não seria mais o Rubro Negro. Não podia mais ser. Apesar dos ganhos que teve em sua vida pessoal, sentia falta de ajudar as pessoas como vigilante. Caminhava cabisbaixo para casa quando ouviu uma explosão ao longe. Se ele bem conhecia aquela região, sabia que tinha acontecido na Avenida Presidente Vargas. Seu lugar onde mais gostava de patrulhar.
Ficou em dúvida por alguns minutos. Devia chamar as autoridades? Ele não podia fazer nada sem poderes. Mas talvez seus poderes voltassem. Ele sabia que estava sendo imprudente, mas trocou-se. Agora era o Rubro Negro. Correu pra lá numa velocidade mundana, tomando cuidado para não abrir o ferimento da barriga. Podia chegar a tempo de salvar as pessoas que poderiam estar feridas com aquela estranha explosão.
Rubro Negro nunca foi tão inocente.
Chegando no local, viu um ônibus em chamas tombado, ruas vazias. Apenas os quatro super-vilões.
- Ele veio mais rápido do que esperávamos. – disse o Copiador.
- Agora é o seu fim, Rubro Negro. – disse Lorde Mágiko.
E talvez fosse.

Continua...

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Prelúdio II - O Novo Uniforme


Arthur voltava da terceira lavanderia, pois devia lavar seu uniforme de Rubro Negro separado para não atrair suspeita. Era um dia ensolarado, convidativo para praia. Ele imaginou como seria sua vida se não fosse o Rubro Negro. Coçou sua recém barba adquirida e, com a mochila nas costas, pegou um ônibus para voltar para a Biblioteca Nacional. Dentro do ônibus, foi abordado por dois jovens com camisas de sua antiga gangue, os Urubus Indomáveis.
- Arthur, não é? – um deles falou, sentado ao lado dele.
- Quem quer saber? – Arthur olhava desconfiado para o rapaz ao seu lado e para o outro sentado em sua frente.
- Temos um novo líder na gangue. Seu nome é Leandro. E ele quer que tu volte. Estamos ficando sem gente por causa da polícia, sacou? – respondeu o que estava na frente. Ele sussurrava, movendo os olhos para os lados.
- Olha, eu parei com isso em definitivo. Preciso estudar, trabalhar, me formar. Entenderam? – Arthur olhou sério para os dois. Mesmo que não tivesse seus poderes, não voltaria. Já esperava uma intimidação.
- Beleza. – E saíram, para sua surpresa.
Arthur chegou à Biblioteca para estudar, mas a última coisa que fez foi ler. Ficou imaginando como seria sua vida se voltasse para a gangue, com os poderes que tem. Imaginou que estava muito sozinho nessa sua responsabilidade que ele mesmo se cobrava. Sabia, por alto, que existiam outros como ele, mas nunca teve um contato mais direto.
Pensou em fazer uma visita à sede de sua gangue para conversar. Mas como Rubro Negro. Ele esperou a noite cair, desenhando no caderno qualquer coisa. Estudar que é bom, nada.
Noite era fria, com ventos gelados. Rubro Negro Subiu no prédio onde ficava a sede de sua gangue e apareceu pela janela. Havia alguns jovens ali jogando vídeo game.
- Vídeo game, né? – Rubro Negro deu um susto aos demais. Um deles se levantou e o cumprimentou, pois era um herói para aqueles jovens. Não demorou muito para Leandro aparecer. Rubro Negro tinha a intenção de testar o caráter desse novo chefe, para ver se sua antiga gangue não entraria entrando num caminho condenável.
Depois de algumas horas recebendo as últimas notícias, regados a cerveja e sanduíches feitos na hora, Rubro Negro pôde perceber que Leandro era um bom rapaz. Nascido em Duque de Caxias, tentava a sorte num colégio público. Era esforçado e queria levar para a gangue uma politização maior, além dos atos de arruaça pelas ruas.
- Por isso eu chamei algumas pessoas antigas que abandonaram a gangue. Arthur foi um deles. Eu sei que ele faz História e participou do movimento estudantil. – disse.
- Entendi. É um bom caminho, Leandro. Pode contar comigo no que precisar. – Rubro Negro sorria, orgulhoso.
- Obrigado por sua ajuda. Você é um ícone. Os caras aqui se inspiram em tu e nas tuas atitudes. Temos um presente pra tu.
Alguém trouxe uma caixa de papelão. Aberta, tinha uma camisa vermelha e preta com mangas pretas, calça vermelha com uma faixa preta nas laterais das pernas. E uma máscara vermelha com uma faixa preta frontal em torno dos olhos.
- Se quiser, pode ser seu novo uniforme. A gente achou que já deu de você sair mostrando os braços e com essas ombreiras aí. – uma risada geral. Rubro Negro acompanhou. Pegou a caixa e agradeceu. Saiu dali e decidiu patrulhar. Estava muito feliz.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

FICHA 3D&T ALPHA


Rubro Negro (12 Pontos)

F2 (esmagamento), H3, R3, A2, PdF2 (fogo); 25PVs, 15PMs

Ataque Especial Amplo e Perto da Morte, PdF (1 Ponto)
O Rubro Negro pode, quando estiver com seus Pontos de Vida reduzidos a um número igual a sua Resistência, disparar uma rajada de energia em todos os adversários dentro de uma área em sua volta.

Regeneração (3 Pontos)

Rubro Negro é muito difícil de se derrotar. Ele é portador de um poder de cura que faz a diferença, recuperando 1 Ponto de Vida por turno.


Código de Honra dos Heróis e Combate (-2 Pontos)

Como um bom super-herói, ele cumpre sua palavra, sempre protege qualquer pessoa mais fraca que ele e jamais recusa a um pedido de socorro. Além disso, ele jamais ataca um adversário indefeso, ou em desvantagem numérica.


Má Fama (-1 Ponto)

Apesar de herói, ele é infame. A mídia, a sociedade burguesa o acusa de ser um arruaceiro, baderneiro e ameaça bastante perigosa, graças a seus atos de vigilantismo.


Protegida Indefesa (-1 Ponto)

Arthur é apaixonado por Sofia, sua colega na universidade e como ela é rica, possui alguns rivais em potencial da família. Arthur, como Rubro Negro, não poupará esforços para deixá-la em segurança.

Guia de Episódios da Segunda Temporada


EM BREVE, a segunda temporada das aventuras do vigilante mascarado, o Rubro Negro em seu novo uniforme!


14 - Os Quatro Sinistros: Parte 1

15 - Os Quatro Sinistros: Parte 2

16 - Baía de Guanabara

17 - O Conselho: Parte 1

18 - O Conselho: Parte 2

19 - O Lança-Chamas: Parte 1

20 - O Lança-Chamas: Parte 2

21 - O Super Rubro Negro.

22 - O Caçador de Aberrações

23 - Super Nova

24 - O Amuleto de Heródoto.

25 - Devastação dos Tempos.

26 - O Grito da Juventude.

27 - O Velho Rubro Negro.

domingo, 8 de agosto de 2010

Dossiê dos Vilões


Triminator


Mercenário mistarioso que ainda não retirou sua máscara para mostrar quem é seu verdadeiro alter ego. Conhecido por gostar de dinheiro além do considerado normal, ele é bastante mesquinho, ambicioso e tem gosto afetado pelo requinte e luxo.


Rubro Negro detestou este vilão em especial que usou termos como "favelado" ou "pobreza" como sinônimos de coisas ruins e execráveis. Triminator é um vilão burguês que não entende de lealdade. Trai seu empregador com a mesma facilidade que respira, bastando ver dinheiro.


Como adversário, Triminator deu bastante trabalho ao Rubro Negro. Ele não tem poderes sobre-humanos, mas seus equipamentos lhe garante bastante capacidade competitiva. Cinto de campo de força para evitar danos, luvas que lhe dão super-força, capacete protetor com visão noturna, além da mochila voadora e a pistola super-tecnológica. Após sua derrota, Rubro Negro nunca mais ouviu falar dele. Até agora.

domingo, 1 de agosto de 2010

Dossiê dos Vilões


Cruz de Malta


Ronaldo é um jovem universitário que arruma trabalhos temporários para poder se sustentar. Era membro de uma gangue de baderneiros que vestinham cores brancas e pretas e tinham a cruz de malta como símbolo maior. Essa gangue era rival da gangue em que Arthur participou e ambos inclusive já brigaram.

Depois que Arthur largou a gangue e se tornou o Rubro Negro, Ronaldo também diminuiu suas participações em sua gangue, preocupado mais em estudar e trabalhar. No entanto, Ronaldo colocou em sua cabeça que Rubro Negro o perseguia e dava um jeito de arruinar sua vida. Então, ele se meteu com gente que não devia, aceitando equipamento de Francisco Heiner para capturar ou matar o Rubro Negro, na época que ele usou o uniforme branco.

Depois de fracassar, Ronaldo se tornou alguém movido pelo ódio e seguiu seu rival até uma favela onde Ricardinho, o traficante, se reunia. Ele acabou recebendo uma dosagem de uma fórmula que alterava o DNA, tal como alterou o DNA de Arthur lhe garantindo poderes. Ronaldo ganhou os mesmos poderes e decidiu que os usaria com o único intuito de matar Rubro Negro.

Vestiu sua camisa de gangue e colocou uma máscara. Com a alcunha de Cruz de Malta, ele descobriu que Arthur era o Rubro Negro e tornou sua vida um inferno por poucos dias. No final, Rubro Negro o derrotou num duelo no Aeroporto Santos Dumont.

Aparentemente, Ronaldo perdeu sua memória do ocorrido e constava preso. O que acontecerá?