quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Guia de Episódios da Segunda Temporada


EM BREVE, a segunda temporada das aventuras do vigilante mascarado, o Rubro Negro em seu novo uniforme!


14 - Os Quatro Sinistros: Parte 1

15 - Os Quatro Sinistros: Parte 2

16 - Baía de Guanabara

17 - O Conselho: Parte 1

18 - O Conselho: Parte 2

19 - O Lança-Chamas: Parte 1

20 - O Lança-Chamas: Parte 2

21 - O Super Rubro Negro.

22 - O Caçador de Aberrações

23 - Super Nova

24 - O Amuleto de Heródoto.

25 - Devastação dos Tempos.

26 - O Grito da Juventude.

27 - O Velho Rubro Negro.

domingo, 8 de agosto de 2010

Dossiê dos Vilões


Triminator


Mercenário mistarioso que ainda não retirou sua máscara para mostrar quem é seu verdadeiro alter ego. Conhecido por gostar de dinheiro além do considerado normal, ele é bastante mesquinho, ambicioso e tem gosto afetado pelo requinte e luxo.


Rubro Negro detestou este vilão em especial que usou termos como "favelado" ou "pobreza" como sinônimos de coisas ruins e execráveis. Triminator é um vilão burguês que não entende de lealdade. Trai seu empregador com a mesma facilidade que respira, bastando ver dinheiro.


Como adversário, Triminator deu bastante trabalho ao Rubro Negro. Ele não tem poderes sobre-humanos, mas seus equipamentos lhe garante bastante capacidade competitiva. Cinto de campo de força para evitar danos, luvas que lhe dão super-força, capacete protetor com visão noturna, além da mochila voadora e a pistola super-tecnológica. Após sua derrota, Rubro Negro nunca mais ouviu falar dele. Até agora.

domingo, 1 de agosto de 2010

Dossiê dos Vilões


Cruz de Malta


Ronaldo é um jovem universitário que arruma trabalhos temporários para poder se sustentar. Era membro de uma gangue de baderneiros que vestinham cores brancas e pretas e tinham a cruz de malta como símbolo maior. Essa gangue era rival da gangue em que Arthur participou e ambos inclusive já brigaram.

Depois que Arthur largou a gangue e se tornou o Rubro Negro, Ronaldo também diminuiu suas participações em sua gangue, preocupado mais em estudar e trabalhar. No entanto, Ronaldo colocou em sua cabeça que Rubro Negro o perseguia e dava um jeito de arruinar sua vida. Então, ele se meteu com gente que não devia, aceitando equipamento de Francisco Heiner para capturar ou matar o Rubro Negro, na época que ele usou o uniforme branco.

Depois de fracassar, Ronaldo se tornou alguém movido pelo ódio e seguiu seu rival até uma favela onde Ricardinho, o traficante, se reunia. Ele acabou recebendo uma dosagem de uma fórmula que alterava o DNA, tal como alterou o DNA de Arthur lhe garantindo poderes. Ronaldo ganhou os mesmos poderes e decidiu que os usaria com o único intuito de matar Rubro Negro.

Vestiu sua camisa de gangue e colocou uma máscara. Com a alcunha de Cruz de Malta, ele descobriu que Arthur era o Rubro Negro e tornou sua vida um inferno por poucos dias. No final, Rubro Negro o derrotou num duelo no Aeroporto Santos Dumont.

Aparentemente, Ronaldo perdeu sua memória do ocorrido e constava preso. O que acontecerá?

sábado, 31 de julho de 2010

Ficha de Mutantes e Malfeitores Atualizada

Rubro Negro

Nível de Poder: 8 (120 pp)

Atributos: FOR 24/10, DES 24/10, CON 24/10, INT 12, SAB 10, CAR 12.

Salvamentos: Resistência +7 (+4 impenetrável), Fortitude +7, Reflexos +8, Vontade +4

Perícias: Acrobacia 2 (+9), Arte da Fuga 2 (+9), Blefar 4 (+5), Conhecimento [História] 2 (+3), Furtividade 4 (+11), Idiomas [inglês, base: português], Intimidar 2 (+3), Intuir Intenção 2 (+2), Notar 4 (+4), Obter Informação 4 (+5), Procurar 4 (+5), Profissão [professor] 1 (+1)

Feitos: Ação em Movimento, Ataque Dominó 2, Ataque Imprudente, Ataque Poderoso, Blefe Acrobático, Evasão.

Poderes:
Velocidade 1 (30m)

Força Ampliada 14 (Feito de Poder: Foco em Ataque [corpo-a-corpo] 5)
Destreza Ampliada 14 (Feito de Poder: Foco em Esquiva 5)
Constituição Ampliada 14

Raio de Plasma 10 (Feito de Poder: Acurado, Falha: ação completa)
Poder Alternativo: Raio de Plasma 10 (Extra: Área Estouro, Falha: ação completa, cansativo)

Resistência Impenetrável 4
Regeneração 11 (machucado 2 [ação padrão], ferido 3 [minuto], abatido 2 [cinco minutos], desabilitado 4 [cinco minutos])

Combate: ataque +4, defesa +4; agarrar +11; Desarmado (ataque +9, dano 22), raio de plasma (ataque +6, dano 25), Defesa 19 (12 surpreso), Iniciativa +7, Deslocamento 30m.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Rubro Negro #13 - Episódio Final - O Dia do Copiador


No aeroporto Santos Dumont, à noite, um avião chegava trazendo um passageiro singular. Cabelos curtos, raspados, olhos castanhos, barba rala. Traços árabes. Vestia camisa branca de botão e um casaco marrom por cima. Obviamente não estava preparado para o calor do Rio de Janeiro. Assim que desembarcou, foi surpreendido por uma mulher armada e outros homens. Todos vestiam roupas militares, mas com traços diferentes. As pessoas se assustaram e abriram caminho.
- Parado aí. Não tente nenhuma gracinha. – a mulher apontou seu fuzil para o árabe. Os outros mostraram suas armas apontadas. Ninguém entendia nada. Então, o homem sorriu e apertou um botão em sua mala. Um projétil metálico de 30 centímetros foi disparado e atingiu o chão em volta daqueles homens armados. Uma grande fumaça os deixou surpreendidos.
- Não deixem ele escapar! – gritava a mulher, em vão.
Correndo, o árabe subiu as escadas. Aproveitou a fumaça que se espalhava para sua furtividade. Subitamente, aparência se modificou. Ele não era mais um árabe, mas um homem de pele negra e cabelo raspado com roupas de taxista. Desceu pelas escadas pelo outro lado do aeroporto e foi até um táxi. O abriu e deu partida, sob protestos do dono que estava vendo a confusão dentro do aeroporto.
- Ele não foi muito longe. Chame o furgão. – a mulher disparava ordens ao seu comunicador portátil preso à cabeça, um ponto no ouvido e um microfone.

Rubro Negro estava na Avenida Presidente Vargas, seu local favorito para patrulhar. Sempre tinha um grupo de palhaços que insistiam em assaltar por ali ou uns policiais que vendiam drogas. Entretanto, ele viu um táxi desgovernado e perseguido por um furgão negro e sem identificações.
- Isso vai dar merda.
Rubro Negro correu pela rua e cortou por um atalho. Viu o táxi passar à sua frente e se jogou no teto. O motorista se assustou e quase perdeu o controle do carro e acabou dobrando na Avenida Trinta e Um de Março em direção ao Sambódromo.
- O carnaval é só ano que vem. Diminui aí! – disse Rubro Negro, mostrando sua cara pela janela do carona. Antes que o motorista pudesse responder, os homens no furgão logo atrás surgiram das janelas com fuzis. Atiraram pelo carro inteiro. Rubro Negro foi atingido no braço, mas ignorando sua dor, pegou o motorista pela gola da camisa e com um puxão, o tirou do táxi. Ele saltou para a rua usando sua força para controlar a queda e cair de costas para proteger o motorista. O carro continuou seu percurso e bateu numa loja fechada. Havia uma pequena multidão se aglomerando em volta dos dois. O furgão dobrou a esquina, aparentemente indo embora.
- Tu tá bem, cara? – Rubro Negro se erguia do chão colocando as mãos nas costas raladas. As pessoas à volta se dividiam entre vaiar e aplaudir o vigilante mascarado.
O homem saiu entre a multidão correndo e atravessou a rua sem dar nenhuma explicação. Rubro Negro tentou segui-lo, mas o perdeu de vista.
“Como ele pôde ter corrido tão rápido assim? E quem eram aqueles que o perseguiam?” Com essas dúvidas na cabeça, Rubro Negro encerrou suas atividades naquela noite.

No dia seguinte, Arthur saía de sua aula no Fundão já sonhando com o retorno das obras do IFCS quando viu Sofia lendo um livro, sentada enquanto bebia um refrigerante. Ele se sentou ao lado dela com um sorriso largo.
- Bom dia, mocinha. – tentava ser agradável, sabendo que ela ainda estava brava com ele.
- Oi. – Disse ela, seco.
- Sei que tu tá irritada comigo, mas...
- Não tô nada. Não me importo. – séria a cada palavra. Arthur engoliu seco.
- Olha, eu sei que fiz besteira e...
- Se sabe, então por que está aqui falando comigo? – ela virou o rosto para ele, irritada.
- Porque eu quero consertar as coisas. Mas existem certas coisas que não posso falar e...
- Então, nem perca seu tempo. – Sofia se levantou decidida e saiu pisando firme. Pegou seu carro mini-coopper esverdeado e foi embora. Arthur deu um tapa na própria testa.

À tarde, Arthur saiu do Fundão e se dirigiu para a Biblioteca Nacional por sua leitura em dia. Sentia bastante preguiça naquele meio de período na faculdade, mas não podia bobear, pois as provas estavam chegando. Passou por uma loja onde vendiam televisões de alta tecnologia e acabou vendo a notícia de que os líderes da América Latina se reuniriam naquela noite num grande evento social. No dia seguinte, os líderes do Mercosul iriam se reunir na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.
“Que beleza, heim. Presidentes vão falar um monte de baboseiras inúteis. Nunca irão pensar nas questões populares mesmo. Vão decidir quais melhores meios de seus mercados evoluírem...”
Nesses pensamentos, Arthur entrou na Biblioteca. Á noite, vestiu seu traje de Rubro Negro e subiu no alto do prédio da Embratel. Foi então que ouviu um barulho de motor se aproximando do céu. Olhou e viu um homem trajando uma armadura azulada que cobria todo seu corpo com asas metálicas que pareciam de um jato. Ele pousou há poucos metros de Rubro Negro. Seu capacete parecia de um piloto de caça.
- Saudações, Rubro Negro. – dizia uma voz abafada por meios eletrônicos. Antes que ele falasse alguma coisa, o homem continuou.
- Eu sou Alpha Azul, membro da Ação Secreta de Proteção, a ASP. Tenho um assunto para tratar com você, o vigilante do Rio de Janeiro.
- Nossa, desde quando agências secretas vêem falar comigo assim? E desde quando alguém acha que eu não sou um bandido? – Rubro Negro estava desconfiado. Naquele ano ele havia enfrentado tantos homens trajando roupas diferentes com habilidades diferentes, mas que tinham algo em comum: eram loucos ou criminosos.
- Entendo sua desconfiança. A mídia e uma parcela da população não gostam de você. Mas nós monitoramos suas ações desde o seu início, ano passado. Não usamos os jornais para fazer juízo de seu caráter. Sabemos que tem boas intenções. – Rubro Negro ficou sem palavras, desviando o olhar, mas agora por timidez.
- Continuando. Como você deve estar sabendo, os líderes do Mercosul irão se reunir amanhã de manhã para selar acordos que serão de benefício para seus países. Inclusive o Brasil. Daí nós entramos.
- Espera aí. Vocês são de uma agência brasileira? Difícil acreditar...
- Nós somos internacionais, agimos em todos os países e eu sou o representante brasileiro. Nossa jurisdição é global. Mas intervimos onde há ação de super-seres e outros assuntos sobrenaturais. No Rio de Janeiro, nós não intervimos porque acreditamos que você e outros estão fazendo bem o serviço de manter a vida social dentro da normalidade.
- Outros? Existem outros malucos como eu com máscaras e super poderes?
- Isso não é importante. O que importa é que hoje nós precisamos de sua ajuda. Chegou ao aeroporto hoje de manhã um homem com um grande poder sobrenatural. Ele é conhecido pelo submundo internacional como o Copiador. Seu poder é de copiar super-poderes. Ele é um mercenário perigoso e quer dar um fim à vida dos presidentes latino-americanos.
- E como eu posso ajudar nisso, afinal?
- Ele deve estar nessa reunião social hoje a noite e tentará fazer alguma coisa. Nossos equipamentos se demonstraram ineficazes em detectar sua presença. Ele é invisível às máquinas, por isso precisamos que você o vigie o prédio em que acontecerá o evento.
- E se eu o vir? Eu salto em cima dele?
- Não faça nada, apenas nos chame.
- E onde você estará?
Alpha Azul ficou uns segundos em silêncio antes de responder.
- Segredo. – mais irônico impossível.
Rubro Negro recebeu um botão que prendeu no peito. Bastava apertar que ligaria um sinal e chamaria Alpha Azul. Ele ainda pediu uma carona para voar até o Copacabana Palace Hotel, onde estavam os líderes do Mercosul, mas Alpha Azul disse que era melhor manter a furtividade e que ele chamava muita atenção voando.
Dando de ombros, Rubro Negro foi correndo mesmo.

As horas se passavam e Rubro Negro ficou absorvendo as informações que recebeu de Alpha Azul. “Então, quer dizer que existem outros super-seres além dos que eu já combati? Esse mundo está cada vez mais louco. E quem serão esses caras com super-poderes que também são heróis? Como conseguem se manter no anonimato nesses dias.” Pegou um jornal velho e viu sua foto, a luta contra o Cruz de Malta, meses atrás. A manchete não era nada interessante: “Aberrações destroem centro da cidade”.
Súbito, ele viu em cima de um prédio da Avenida Nossa Senhora de Copacabana, um homem trajando roupas negras, jaqueta de couro negra e uma máscara que ocultava o rosto inteiro e também negra com óculos escuros. Ele deu um super-salto e pousou no terraço do Copacabana Palace. Rubro Negro apertou o botão em seu peito. Ele piscou por alguns segundos e depois apagou.
- E agora? – quando voltou os olhos para o terraço, ele não estava mais lá. – Merda!
Rubro Negro pegou distância do prédio onde estava, sobre a Churrascaria Palace, e saltou para o terraço. Quase caiu na rua, mas conseguiu agarrar-se no alambrado. Subiu e correu para a porta de que desceria com escadas até os andares do hotel. Entretanto, ao abrir a porta, deu de cara com o homem de negro mascarado.
- Peguei você – disse o Copiador.
Com um soco no estômago, Rubro Negro cuspiu sangue. Dobrou-se para frente, sentindo dores incríveis. De relance, viu seu adversário com as mãos feitas de pedra.
- Deve ser muito difícil ir ao manicure, não é, sua bicha?
- Idiota.
Copiador ergueu as mãos e apontou para o Rubro Negro. Disparou uma rajada de energia de plasma, idêntica ao de Rubro Negro. Atingido, ele foi jogado para trás, caindo no chão.
O Copiador correu para cima do herói mascarado e desferiu um chute visando sua cabeça. Entretanto, Rubro Negro desviou e deu um soco no queixo, aproveitando o movimento para erguer-se do chão.
- Seus poderes são meus poderes agora. Raio de plasma, não é? Interessante. O que mais você tem?
Antes que o Copiador e Rubro Negro continuassem a lutar, a porta se abriu atrás deles. Era uma mulher e outros homens vestindo roupas de gala e portando armas avançadas. Certamente eram agentes infiltrados. A saraivada de tiros atingiu a ambos. Rubro Negro e Copiador rolaram para direções opostas do terraço.
- Ei, um pouco de cuidado aqui, heim!
- Dois alvos atingidos, mas precisamos de reforços. São muito poderosos. – A mulher soltava ordens pelo rádio-comunicador. Rubro Negro não entendeu nada. Ele era um alvo também? Não estava ajudando aquela agência secreta?
Antes que se pudesse fazer algo, o Copiador disparou uma rajada de plasma que destruiu uma caixa d’água. Todos foram, então, banhados e arrastados pela forte correnteza. Copiador apenas saltou para outro prédio, sem dificuldades. Rubro Negro se levantava, já preparando uma corrida para saltar e iniciar a perseguição, quando fora atacado pelos homens. Eles usaram algemas que nem mesmo Rubro Negro conseguiu arrebentar.
- Você está preso, Rubro Negro. – a mulher apontava uma arma em sua cabeça, enquanto os homens o mantinham de joelhos.
- Está acontecendo um engano aqui. O Alpha Azul me pediu ajuda e...
- Ele fez o que? – a mulher pegou o botão de sua camisa, com o símbolo da ASP.
Antes que a situação se agravasse, eles ouviram um motor de jato. Alpha Azul pousou ao lado deles. A mulher andou determinada até ele com semblante feroz.
- Você deu o botão rastreador para Rubro Negro? Não sabe que são contra as ordens? – ela apontou o dedo, ofensiva.
- Acalme-se, tenente Maria Nascimento. Rubro Negro é confiável.
- Rubro Negro pode não ser ameaça, mas ele não pode se envolver nos assuntos da ASP. Não foram essas as ordens que tivemos.
- Eu sei disso. Mesmo assim, o Copiador é muito perigoso para nós sozinhos. Rubro Negro será de grande ajuda.
- Alpha Azul, eu entendo que não concorde com algumas ordens da alta cúpula, mas precisamos obedecer para que haja coerência em nossas ações. Se seguirmos nossas ideias e rebelarmos contra a hierarquia, viveremos em anarquia.
- Eu posso falar? – Rubro Negro mostrava um sorriso amarelo para eles, ainda ajoelhado e algemado. – O Copiador fugiu. Se não tivessem me prendido, eu poderia tê-lo alcançado. – Todos olharam para ele. Ele sorriu de volta. Era verdade.

Madrugada, Arthur não deu as caras em casa, mas avisou aos pais que dormiria na casa de um amigo. Na verdade, ele estava como Rubro Negro e em uma nave planando acima das nuvens do Rio de Janeiro. Era a sede da ASP. Era uma nave tão grande que poderiam caber muitos jatos. A tecnologia do local era espantosa.
Estava ele, Alpha Azul, tenente Maria e um monitor com a imagem de vários chefes da agência. Eles falavam cada um em seu idioma e um tradutor comunicava à Rubro Negro. Depois de horas, ficou resolvido que Alpha Azul seria punido por ter recorrido ao Rubro Negro para uma missão secreta.
- Eles são conservadores demais. Burocratas, não querem dividir a informação e o conhecimento para heróis vigilantes como você. Nessa luta, quanto mais nos unirmos, melhor. – dizia Alpha Azul quando lhe retiravam a armadura.
- Eu sou Rogério Platz. Prazer. – estendeu a mão e Rubro Negro cumprimentou. Ele era um homem magro, alto, com cabelos negros, lisos e bem cortados. Tinha um nariz fino, cumprido e olhos castanhos.
- Rubro Negro. – sorriu o vigilante mascarado em resposta.
- Nos encontraremos em breve. Aguarde.
Rubro Negro deu de ombros e foi solto, às cinco da manhã, na Praia do Flamengo. De lá, ele se dirigiu para casa, pensando em uma desculpa para não dormir na casa de um amigo e voltar naquela hora para casa. Quando parou de repente.
“O que eu tô fazendo? Um bando de engravatados que se acham donos do mundo me mandaram ir pra casa e eu tô obedecendo? Ora, Rubro Negro, que vergonha de você. O mundo pode ser a jurisprudência deles, mas no Rio de Janeiro quem vigia sou eu.”
Sendo assim, ele deu meia volta e correu para a Assembléia Legislativa.

A imprensa estava toda lá, tirando suas fotos nas escadarias da Assembléia. A polícia comum estava nas cercanias do bairro e a polícia especial estava cuidando do perímetro do prédio. A Assembléia Legislativa recebeu, em carros-chefes cumpridos como limusines, os presidentes latino-americanos.
Assim que todos entraram e se postaram em seus lugares para o início da reunião daqueles líderes, Rubro Negro surgiu do nada, como se sempre estivesse ali presente. Todos olharam assustados para ele.
- Morram.
Entretanto, antes que ele fizesse alguma coisa, a tenente Maria e outros homens da ASP à paisana pularam sobre ele com as algemas. Rubro Negro usou sua super-agilidade para se desvencilhar de seus agressores e os jogou para todos os lados. A policia especial do Rio de Janeiro entrou em ação e atirou, enquanto os presidentes eram protegidos por seus seguranças. O caos estava instaurado na Assembléia Legislativa. Ninguém era páreo para o Rubro Negro.
Exceto o verdadeiro.
Rubro Negro destruiu o teto do prédio da Assembléia com sua rajada de plasma. Desceu com as duas mãos unidas desferindo um grande soco na cabeça de Copiador que estava com seus poderes.
- Tu deve ter baixa auto-estima para ter que imitar o inigualável Rubro Negro! – aproveitando o momento atordoado de Copiador, Rubro Negro desferiu um chute nas suas costelas e um soco em seu rosto.
Ninguém entendia nada. Dois Rubros Negros? Quem era o verdadeiro? A tenente Maria fez o sinal para não atirarem, concentrou seus esforços na retirada das pessoas daquele lugar. A polícia especial não sabia do envolvimento de outra entidade, mas receberam ordens de seu alto escalão para se retirarem também.
Rubro Negro recebeu um soco no pescoço de sua sósia. Afastou-se um pouco, tossindo. Antes que se recuperasse, Copiador desferiu uma rajada de plasma. Como reação, Rubro Negro disparou também. O choque das duas energias destruiu as cadeiras em que os políticos se sentavam para aprovar leis. As energias se mantinham constantes, com ambos os lutadores concentrados nelas.
- Nenhuma cópia é melhor que o original. – Rubro Negro, entre dentes rangidos, usou toda sua força e descarregou uma carga de plasma maior e sobrepujou o poder copiado do Copiador. Ele foi atingido e jogado contra a parede onde perdeu a consciência. Antes que ele pudesse usar a regeneração de Rubro Negro, tenente Maria e seus comandados surgiram para usar as algemas especiais.
- Não tem nenhuma dessas pra mim não?
- Fique na sua, ou sobra pra você.

Horas depois, Rubro Negro tirou sua máscara em casa, pois havia desistido da aula e dos estudos da tarde. Iria dormir um pouco. Viu que sua mãe e seu pai viam as notícias de última hora: “Rubro Negro faz atentado terrorista na Assembléia Legislativa no encontro do Mercosul”. As coisas voltavam ao normal.
Depois dessa, decidiu que era hora de lavar seu uniforme, todo sujo. Mexendo nele, encontrou um botão preso na bota. Era da ASP. Arthur lembrou das palavras de Alpha Azul e deu um sorriso.

FIM DA PRIMEIRA TEMPORADA.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Rubro Negro #12 - Triminator: Parte 2


Rubro Negro erguia-se olhando rapidamente a sua volta e viu que aquele andar não iria agüentar nenhum minuto. As estruturas foram bastante abaladas pelos raios lasers de Triminator. Desesperado, correu o máximo que pôde até o outro lado do andar, até uma janela onde se jogou no exato segundo que o andar desabava.
Caindo no chão com violência de uma altura de quase dez metros, ele rolou até o meio da rua. Carros desviaram e outros bateram entre si. Rubro Negro sentia suas pernas bambas. Triminator contornou o prédio e riu da desgraça do vigilante mascarado. Apontou novamente com sua arma e disparou vários tiros. Rubro Negro superou o cansaço e correu desviando de ambos. Os tiros rasparam em sua roupa. Saltou rapidamente sobre um caminhão de lixo, procurando se esconder. O sol aparecia com seus primeiros raios naquele momento.
- Você é a escória, Rubro Negro. Acha que pode se esconder no seu habitat natural?
Atirou no caminhão de lixo, acertando o tanque de gasolina. Explodiu em mil pedaços. Rubro Negro era arremessado violentamente sobre um carro, quebrando alguns ossos. Ele se jogou no chão e se arrastou para debaixo do automóvel.
- Isso mesmo! Rasteje, Rubro Negro! E morra!
Com vários tiros, Triminator explodiu o carro. Nesse momento a fumaça cinza subia os céus. Será o fim?

Um pouco antes do almoço, Francisco Heiner comia sobre sua mesa do escritório. Preocupado, só conseguia pensar se seu filho estava bem, se fizera certo em fazer um novo acordo com o Triminator.
- Francisco Heiner. O que está acontecendo? – era Rubro Negro.
- O que? Você não pode ir entrando assim...
Rubro Negro segurou o empresário pelo colarinho e o ergueu do chão.
- Não tô aqui pra brincadeira, Heiner. Por que aquele Triminator raptou seu filho? Ele é seu inimigo? Ele roubou seus equipamentos? E não tente me enganar que eu sei que tu fabrica essas porcarias pois já armou uma gangue para me caçar.
Sem muita escolha e vendo que Rubro Negro já sabia de muita coisa, por isso não tinha como esconder muita coisa. Ele decidiu contar meias verdades.
- Eu paguei bastante para ele, por isso meia-noite de hoje ele me trará de volta meu filho.
Rubro Negro arregalou os olhos, surpreso. Muita sujeira entre esses dois. E, pra variar, Rubro Negro foi jogado no meio disso tudo. Ele se sentiu muito incomodado, uma marionete. Quando iria voltar a resolver os pequenos casos?
- E tu confiou no Triminator?
- Não tive escolhas.
- Então meia-noite eu estarei aqui para averiguar se saiu tudo como deveria.
Rubro Negro foi embora logo em seguida.

Na aula, Arthur bocejava enquanto coçava seus olhos que tinham grandes olheiras. Larissa sentou-se ao seu lado.
- Que cara de quem não dormiu. Farreou muito ontem?
- Um pouco. Mas tu não soube de nada? Um bandido seqüestrou um playboy na chopada.
- Verdade? Que coisa. Ainda bem que não gosto de chopadas. E você deveria estudar mais ou o professor Cardoso vai encrencar pro teu lado.
- Nem me fale – Arthur lembrou que tinha leituras para a bolsa de estudos atrasadas. Bocejou mais uma vez e percebeu que não conseguia parar de pensar na ação que teria meia-noite. Precisaria dormir agora para ter energias de noite.
Depois da aula, ao invés de ir para a Biblioteca Nacional, ele foi para casa. Deitou sobre sua cama e apagou.

Na Barra da Tijuca, onde o deputado Aloísio Mendonça morava, havia uma reunião entre ele e Triminator. Estavam numa sala fechada, blindada e cheia de seguranças fortemente armados. Aloísio Mendonça não confiava em Triminator. Mas também, não podia.
- Então, você acha que Francisco Heiner irá vender sua empresa para mim? – Aloísio estava com seu melhor terno naquela noite. Estava preparado para anunciar imediatamente a compra da empresa e seus novos rumos.
- Acho que ele venderá sua empresa sim. Mas será para mim. – mostrando todos seus dentes ao sorrir, Triminator sacou sua arma e atirou no ombro do deputado. Este caiu desacordado. Os seguranças começaram o tiroteio. Porém, Triminator era imune àquelas balas. Seu corpo era protegido pelo seu cinto de campo de força que lhe garantia uma resistência sobre-humana.
- Meu turno, rapazes. Morram todos.
Triminator começou a chacina. Atirou para matar, sem ouvir os pedidos de misericórdia que alguns daqueles seguranças emitiu antes de conhecer a própria morte. A sala banhou-se em sangue. Quando se voltou para dar o golpe definitivo para acabar com a vida do deputado, Triminator notou que ele havia sumido.
- Maldito deputado. Mas não importa, depois dou um jeito nele. Hora de tratar de negócios.

O dia passou mais rápido do que se imaginava. Arthur acordou algumas vezes para comer alguma coisa e até tentou estudar. Porém, sua cabeça estava em Triminator e Francisco Heiner. Recebeu uma ligação de Sofia. Atendeu, mas receoso.
- Onde você esteve? Sumiu novamente?
- É que eu tive que... voltar pra casa.
- O que? E me deixou sozinha lá na chopada depois que aquele homem voador apareceu?
- Foi urgente. Meus pais ligaram e eu tive que voltar.
- E nem se despediu? Você está mentindo, Arthur. É a segunda vez que isso acontece. Espero que você me conte a verdade.
- Mas eu tô – engoliu seco – falando a verdade.
- Se é assim que prefere, tudo bem. – desligou.
“Puta que pariu, cara. Só me fodo nessa merda. Ser Rubro Negro acaba com minha vida social. Como sempre!”
Assim, a noite chegou.

Francisco Heiner estava em sua empresa. Gostava de ser o primeiro a entrar e o último a sair. Mas naquela noite em especial, aguardava um desfecho favorável. Rubro Negro talvez tivesse razão e talvez não tivesse sido uma boa idéia confiar em Triminator. E agora?
O telefone tocou o tirando de seus pensamentos sombrios. Era Triminator.
- Senhor Heiner?
- Triminator, o que aconteceu?
- Aconteceu que as coisas não seguiram seu rumo. Eu quero que venda sua empresa para mim.
Francisco Heiner ouviu a risada pelo telefone enquanto começava a suar e a pensar em todos os xingamentos possíveis.
- O que você fez, seu pilantra!?
- Eu acabei com seu rivalzinho. E agora tenho seu filho sob minha custódia. Quero que me venda sua empresa, como faria para o deputado.
- Não! Você é um...
- Excelente homem de negócios. Fale a verdade. – riu – tu tem até o meio dia de amanhã para me pagar. O que te dá umas dezesseis horas. Se não transferir os valores de sua empresa para este número que te passarei por fax, pode dar adeus a teu filho.
Desligou o telefone. Francisco Heiner era um homem de negócios, um grande empresário bem sucedido. Mas naquele momento, era um homem acabado. Choraria bastante se não recebesse uma visita inesperada naquele exato momento.
- Parece que estamos no mesmo barco, Francisco. – era ninguém menos que o deputado Aloísio Mendonça, com uma tipóia no braço.
- Aloísio? Como você...
- Pela porta da frente. As pessoas da sua empresa não me odeiam como você. O que me leva à seguinte pergunta: por que quis me matar?
Francisco abaixou a cabeça. Não tinha mais nada a perder. Nada mais importava.
- Você tinha um projeto de lei que iria prejudicar minha empresa. Além do mais, você sabe do meu envolvimento com...
- Ricardinho, o traficante. Eu sei. E agora vejo que seus motivos são mesmo coerentes. No teu lugar, faria o mesmo. – mostrou um sorriso cínico.
- Mas agora nada mais importa. Triminator terá minha empresa e poderá me extorquir para sempre porque tem meu filho sob seu poder. E eu não posso recorrer a polícia sem me arruinar totalmente.
- Não se desespere tão cedo, Heiner. Vamos nos unir. É nossa chance de acabar com dois dos nossos inimigos.
- Dois?
- Sim, meu caro. Rubro Negro e Triminator. Duas aberrações em uniformes coloridos. Mascarados que se julgam acima da lei. Eles se merecem. Merecem se matar.
Francisco raciocinou e deu um soco na mesa com um sorriso nervoso no rosto.
- Isso! Essa é minha chance! Rubro Negro irá salvar meu filho, porque é isso o que ele faz. Triminator e ele podem se matar depois disso!
Assim, Francisco Heiner sorriu e olhou o relógio. Estava esperando dar meia-noite.

Rubro Negro subiu as escadas de emergência do prédio vizinho ao da empresa de Heiner. Olhou para a janela onde ficava o escritório do empresário. Viu que ele estava sozinho, sentado em frente ao seu computador. Não visualizava sua expressão. Era meia noite e nenhum sinal de Triminator ou do filho dele. Era hora de agir.
Saltando, aterrissou rolando sobre o terraço. Depois desceu pelas escadas de emergência e arrombou a porta de Francisco Heiner.
- Vejo que eu estava certo. Triminator te traiu novamente.
- Você estava certo mesmo, Rubro Negro. Mas eu sei onde ele está agora. Por favor, salve meu filho.
- Não se humilhe. Já é suficientemente revoltante ajudar gente inescrupulosa como você. Mas saiba que tô fazendo isso pelo teu filho playboyzinho. – parou um momento para pensar – que merda, tô ajudando um futuro canalha. Mas enfim... Diga-me onde está Triminator?
- Favela do Humaitá. Esse é o endereço. – escreveu num pedaço de papel.

Rubro Negro corria pelas ruas naquela madrugada.
“Tenho mil coisas pra fazer pra faculdade, estudar para a bolsa e ainda ser o herói de uma família de burguesinhos. Por que eu tô fazendo isso mesmo? Que saco”.
Chegando à Rua do Humaitá, viu o morro onde havia várias casas e alguns barracos. Detestava Triminator ainda mais. Ele levou um jovem rico para a favela corroborando com a má fama que os moradores já têm. A idéia que “favelado” é bandido. Triminator pagaria com uma surra.
Indo ao endereço, o vigilante encontrou uma casa sobre o morro, feita de madeira. Ouviu alguém falando em voz alta sobre dinheiro, fama e personalidades da televisão. Definitivamente era a voz de Triminator.
Furtivamente, Rubro Negro se aproximou e se aproveitou das sombras daquela madrugada. Chegou perto da porta e pôs o olho no buraco da fechadura. Viu Maurício Heiner sentado no chão amarrado nas mãos e pernas, ao lado de um colchão e um prato com restos de comida. Triminator estava de costas para a porta, de frente para Maurício. O jovem estudante estava com olheiras profundas, uma cara de abatimento terrível. Triminator conversava como se fosse um amigo, falava amenidades.
“Filho da puta! É um mercenário amante do luxo. Quer se achar no nível do burguesinho ali. Tem maluco pra tudo mesmo.” Com um chute, Rubro Negro despedaçou a porta.
- Triminator, seu desgraçado! Prepare-se para levar uma surra que teu pai deveria ter dado!
- Rubro Negro! Como me encontrou aqui?
- Como te encontrei? Oras, eu sou foda!
Disparou um raio de plasma em seguida. A energia vermelha iluminou todo o quarto e Maurício fechou os olhos, recuando para um canto. Estava totalmente aterrorizado. Triminator estava no chão, colocando a mão sobre sua máscara, ajeitando os óculos grenás.
- Não importa, você é ralé e não vai vencer um homem sofisticado como eu.
Triminator pegou sua pistola e quando virou seu corpo para apontar e atirar, viu apenas a sola da bota de Rubro Negro voando e acertando seu queixo. Quebrou a parede de madeira do barraco e rolou para longe. O mercenário sentia seu nariz formigar e um filete de sangue escorrer. Parecia quebrado.
- Miserável! Você vai pagar!
Rubro Negro corria para sua direção para tentar golpear mais, mas Triminator conseguiu atirar com sua pistola laser. O herói mascarado teve que saltar para trás para desviar. Olhando para o lado, viu o jovem Maurício se debatendo, querendo se arrastar dali. Resolveu ajudá-lo primeiro.
- Calma, garoto. Vim te salvar aqui. – desamarrou suas mãos e pernas.
Maurício, sem falar nada, encarou Rubro Negro com terror nos olhos. Vendo que o vigilante mascarado nada fazia, o empurrou para o lado e levantou-se. Correu desesperadamente pela porta da frente.
- De nada, seu burguesinho mau agradecido!
Rubro Negro sentiu um golpe nas costas. Era Triminator desferindo um chute surpresa.
- Ele sabe diferenciar o certo e o errado, patife. Ele não é da sua laia.
- Triminator, por favor. Cale a boca!
Rubro Negro girou o braço e desferiu um soco cruzado. Triminator cuspiu sangue pela boca. Aproveitando o desequilíbrio que o soco provocou, o herói mascarado deu outro cruzado, mas com a outra mão. Triminator se virou totalmente para o outro lado com seus óculos grená trincados. Então, o mercenário ergueu as duas mãos espalmadas para frente.
- Por favor, não me bata mais. Não sou super-resistente como você, estou sofrendo! – choramingou Triminator.
Diante disso, Rubro Negro titubeou.
- Covarde de merda. Tu vai pra cadeia. – usou suas mãos para segurar os ombros de Triminator. Dessa vez, Rubro Negro foi inocente.
- Idiota!
Com um movimento rápido e surpreendente, Triminator se desvencilhou das mãos de Rubro Negro. Pegou sua pistola e mudou para a opção de paralisar e atingiu o herói mascarado. Antes que pudesse soltar um palavrão, Triminator o segurou pelo braço e ligou os motores do jato em suas costas.
- Agora você vai sofrer como nunca, Rubro Negro.
Ambos decolaram, destruindo o teto do barracão. Voaram até o céu escuro da madrugada carioca. Voaram para a Lagoa Rodrigo de Freitas. Rubro Negro sentia seus músculos duros, paralisados. Aquela pistola o impressionava.
Triminator ergueu com seu braço esquerdo o Rubro Negro pelo braço.
- Adivinha só. Meu cinto me dá uma boa proteção e também super-força. Sabia disso? Melhorias de Francisco Heiner.
Desferiu um soco no rosto de Rubro Negro com a outra mão.
- Fraco. Bate que nem homem! – Rubro Negro mostrou um sorriso cínico.
Triminator ficou irritado e desferiu vários socos no rosto do herói mascarado. Cada golpe era muito duro e forte, fazia Rubro Negro sentir bastante. Seu nariz quebrou e seu olho direito ficou roxo. Outras escoriações foram lapidando o rosto do vigilante. Até que Triminator viu sua mão encharcada de sangue.
- Eca!
- Triminator, quando essa paralisia passar, você não terá perdão. Não adiantará choramingar por nada nesse mundo. Eu vou te desfigurar, cara.
- Não se eu te afogar primeiro.
Triminator largou o braço de Rubro Negro. Ele despencou de quase quarenta metros em direção à Lagoa Rodrigo de Freitas. Durante a queda, ele sentiu que podia se movimentar novamente. Não pensou duas vezes: apontou com seus braços para Triminator e atirou sua rajada de plasma com o máximo de energia que conseguia concentrar naquele momento.
O mercenário das três cores recebeu o golpe em cheio e perdeu o controle do jato em suas costas, aparentemente danificado. Perdeu altura e foi caindo na lagoa também.
Minutos depois, Rubro Negro saía da lagoa, encharcado e com o rosto apenas machucado. Seu poder de regeneração estava cuidando de fazer reparos em seu rosto. Ele tirou sua máscara e mirou seu rosto num retrovisor de um carro.
- Melhor que cirurgia plástica.
Recolocando a máscara foi para um ponto onde pudesse observar toda a lagoa. Vigiou até o sol nascer. Triminator estava desaparecido. Teria morrido afogado?

sábado, 17 de julho de 2010

Rubro Negro #11 - Triminator: Parte 1


Em um armazém nas docas do estaleiro no Rio de Janeiro, um homem colocava uma máscara esverdeada. Guardava uma pistola com vários avanços tecnológicos e apertava um botão em um aparelho no cinto que ligava o motor da mochila em suas costas. Assim, ele decolava e voava sobre a cidade.

Arthur e Larissa estavam no Largo de São Francisco de Paula naquele dia. Havia muita gente para um grande momento para os estudantes de humanas da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Por conta de um acordo da prefeitura, do governo federal e de apoio de dinheiro privado, começariam as obras para a reconstrução do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais. Nessa relação público-privado, a maioria dos estudantes engajados politicamente torcia o nariz. Arthur fazia coro com eles.
- Acredita nisso? Dinheiro privado significa interesse privado.
- Você deveria estar feliz, Arthur. Vão reconstruir nosso Instituto, sairemos do Fundão, que não é nosso lugar.
- Mas com certeza esses endinheirados têm interesses. Podem se intrometer na nossa pesquisa. Já não basta a academia estar afastada das questões populares, de estar fechada em si mesma? Agora as coisas tendem a ficar piores.
- Você é muito mal humorado, Arthur. Nada está bom pra você.
E se tornaram piores. O deputado Aloísio Mendonça e o empresário Francisco Heiner eram os responsáveis por tudo aquilo. Coisa boa não poderia ser. Os dois se cumprimentaram com vários fotógrafos e jornalistas presentes.
De repente, todos puderam ouvir sons de motores e turbinas. Olharam para cima e viram alguém voar com uma mochila a jato. Ele possuía uma camisa com listras grenás e verdes na vertical. As mangas cumpridas eram brancas e terminavam nas luvas grenás. Suas calça era colada e verde e suas botas grená. Possuía um sorriso sarcástico no rosto.
As pessoas só começaram a correr depois que o homem voador sacasse sua arma. Parecia uma pistola, mas possuía avanços tecnológicos muito além do que já fora visto. Desespero e aflição. Todos corriam para direções aleatórias. Arthur viu que a polícia iria demorar a agir então, pensou em correr para se trocar.
Porém aquele homem voador atirou no deputado Aloísio Mendonça, errando por pouco. O próximo tiro, não erraria. Arthur viu que não tinha tempo para se trocar. Saltou sobre o deputado e evitou que ele levasse outro tiro. Naquele momento, os jornalistas não se preocuparam em gravar ou tirar fotos daquilo. Era cada um por si. Depois de salvo o deputado, Arthur se preparou para correr para um canto e se trocar. Mas o deputado segurou em seu ombro.
- Obrigado, garoto.
Arthur balançou a cabeça num aceno sem graça.
“Imbecil, nem lembra que eu já salvei sua pele contra o Ciborgue Titânio” relembrou Arthur, da vez em que ele ficou com mais créditos de salvador que o Rubro Negro.
O homem voador atirava nos policiais que apareciam. Aquela arma disparava laser e era bastante poderosa, pois causava uma explosão em cada alvo. Todos os policiais ali morreram na hora com ferimentos horrendos, dignos de página de jornal sanguinolento. Francisco Heiner estava deitado no chão, como outras pessoas, protegendo sua cabeça do tiroteio.
Súbito, o homem voador viu Rubro Negro saltar de um prédio sobre ele. Desviou no exato momento para desviar de um chute com os dois pés do herói mascarado.
- Opa! Errou, Rubro Negro. – disse, em voz zombeteira.
- E quem é você, ô cheio de cor. – Rubro Negro se levantava de seu tombo, preparando sua posição de combate, olhando para cima, vendo as acrobacias de seu adversário. Certamente, ele não era novato naquelas acrobacias.
- Seu uniforme é ridículo, devo dizer. Extremo mau gosto essa combinação de cores... – o voador apontou a arma e atirou várias vezes na direção do herói.
Rubro Negro desviava saltando para os lados, correndo para o campo próximo, tentando fazer com que ninguém se tornasse alvo. Até que foi atingido nas costas e caiu, rolando no chão. O voador se aproximou mostrando uma risada zombeteira.
- Eu sou o Triminator, meu caro. Um sofisticado mercenário. Espero que aproveite seus últimos segundos de vida, pois tirarei sua vida.
- Ah, cale a boca. – Rubro Negro apontou a mão e disparou uma rajada de energia vermelha, poderosa. O ferimento das costas do herói já havia sido regenerado. Triminator, por sua vez, fora atingido e jogado para trás incapaz de continuar voando. Erguendo-se com a mão na cabeça e uma expressão indignada, o vilão apontou sua arma para Rubro Negro.
- Não pense que pode me vencer com esse seu raiozinho de merda, Rubro Negro. Eu tenho este cinto aqui que me garante um campo de força.
O herói mascarado ficou surpreso, já de pé, como seu adversário foi resistente ao seu poder. Será que aquele campo de força era tão eficiente assim? Experimentou o combate corporal. Rubro Negro correu, usando sua super-velocidade, encurtou a distância entre eles e desferiu um chute com os dois pés sobre o peito de Triminator.
O vilão mascarado recebeu o chute fazendo um gemido e dando uns passos para trás. O herói mascarado confirmava que o tal campo de força era muito resistente, pois segurava bem seus poderosos socos.
Triminator não deixou por menos. Ergueu sua arma novamente e atirou raios lasers e causou alguns buracos no peito de Rubro Negro. O herói caiu de joelhos fazendo careta de dor. Triminator, então, chutou a cabeça do herói mascarado, tirando um filete de sangue. Repetiu o golpe e, dessa vez, tirou sangue de seu nariz. Rubro Negro estava atordoado e mal pôde reparar a arma na testa. Seria um tiro fatal, até mesmo para sua regeneração física.
- Sabe o que é pior? Vou sujar minhas mãos com seu sangue imundo e pobre. Você é uma vergonha, sabia? Um homem pobre que veste uma roupa ridícula.
- Triminator, me permite as últimas palavras? – Rubro Negro respirava com dificuldade.
- Sim – Triminator sorria, afetado.
- Vai tomar no meio do seu cu. – Com um golpe rápido na arma, desarmou seu adversário. Rubro Negro se levantou com um soco no queixo de Triminator com a outra mão. Aproveitando o movimento, ele ficou de pé e seu adversário afastou-se alguns passos. Rubro Negro deu-lhe um soco no estômago e outro soco no rosto. Triminator cuspia saliva misturada com sangue.
- Você é um grande merda. – Rubro Negro rangia de raiva e desferiria mais um soco, mas Triminator ligou sua mochila de jato. Voou para trás se afastando. Rubro Negro correu e o agarrou em pleno ar. Ambos levantaram vôo e ganharam grande altitude. Muito alto. Rubro Negro olhava para baixo e sentia vertigem. Percebendo a fraqueza de seu rival, Triminator gargalhou.
- O que foi, Rubro Negro? Medinho de altura? – Triminator desferiu uma cotovelada na cabeça de Rubro Negro.
O herói mascarado ainda segurava, mas Triminator desferia outras cotoveladas e aumentava a altura. Chegou um momento que ele não agüentou e largou. Caiu por muito tempo, imaginando se era capaz de sobreviver a queda.
Caiu e apagou.

Francisco Heiner socava a mesa de seu escritório.
- Você falou, miserável! – berrou.
- Eu tinha tudo sobre controle. Não imaginei que aquele molambo aparecesse. – era o Triminator, o exterminador mercenário.
- Eu te dei equipamento. Deveria ser o suficiente para evitar qualquer obstáculo. Eu quero o deputado Aloísio Mendonça morto!
- Pelo jeito, não foi. Se me pagar mais 50%, mato Aloísio. O preço subiu, claro, por causa do Rubro Negro...
- Você não passa de um verme. Não vou pagar nada. Deixe aqui meus equipamentos e suma da minha vida!
- Não. Eu vou embora e levarei isso comigo como um pagamento por ter enfrentado o Rubro Negro. – Rindo, Triminator voou pela janela e passeou livre pelo céu do Rio de Janeiro.

Arthur acordou no dia seguinte, desligando o despertador. Resmungou bastante por ter dormido apenas por duas horas. Ele lembra de ter acordado de madrugada num terraço de algum prédio do centro. Sentia ainda alguns ossos quebrados naquele momento. Voltou para casa e dormiu até o despertador tocar para avisá-lo de mais um dia na faculdade.
Já na aula, seus ferimentos estavam curados. Ficou o dia todo preocupado, mas recebeu uma única boa notícia: uma chopada para a recepção dos calouros do curso de História.
De noite, ele bebia e conversava com amigos, sempre com uma latinha de cerveja na mão. Viu Sofia em algum lugar e foi conversar com ela. De algum modo, conversar com ela era relaxante e lhe inspirava em vestir aquela roupa para combater os caras ruins dessa cidade. Caras como Triminator.

Enquanto isso, Triminator voava até a casa do deputado Aloísio Mendonça na Barra da Tijuca. Vazia, ele usou sua arma de laser para destruir uma janela de vidro. Invadiu, andando pela escuridão, procurando alguma coisa valiosa, ou alguma coisa que dê motivos para que Francisco Heiner o odeie.
Quando menos esperava, Triminator fora pego de surpresa. Vários homens armados surgiram por várias portas e o cercaram na sala principal da casa de cobertura. O deputado apareceu com expressão séria no rosto.
- Vamos conversar, lunático.
- Pois vamos sim, deputado. Primeiramente, deixe-me apresentar. Eu sou Triminator, assassino de aluguel.
- Seu nome não me interessa. Quem te contratou para me matar?
Triminator riu tranquilamente.
- Posso te dizer o nome dele, mas por um preço.
- Que tal se eu te permitir viver? Não está em condição de exigir nada.
- Ah, você acha que esses seguranças podem me deter? Nem o Rubro Negro pôde.
O deputado rangeu os dentes. Foi fisgado.
- Está certo, eu pago.
Triminator sorriu, maquinando planos.

Arthur e Sofia estavam bem próximos, um pouco embriagados, deixando suas vontades mais íntimas aflorarem. Era um bom momento, julgava Arthur. Então, tudo foi estragado. Um brilho e vários gritos. Todo um clima de pânico foi instaurado do outro lado da chopada. Arthur e Sofia foram ver o que estava acontecendo, junto com outros curiosos. Ele logo se arrependeria de ter saído da cama.
Triminator agarrava um garoto com roupas caras, típico mauricinho e o levava para longe, sem dar explicações e ignorando os gritos de desespero do rapaz. Arthur saiu correndo, deixando Sofia para trás. Ela ficou bastante irritada, mas isso ele teria que lidar depois. Pelo que ouvira das pessoas admiradas, aquele era um estudante de direito que estava de penetra na chopada. Era Maurício Heiner, ninguém menos que o filho de Francisco Heiner.
Colocando sua máscara, ele correu pelo chão, seguindo Triminator e o rapaz seqüestrado. Rubro Negro tentava entender as motivações daquele lunático.

Triminator voava em grande velocidade. Chegou até a Favela do Humaitá e o largou em um barraco.
- É triste ter que vir até esse lixo onde essa ralé mora. Mas são ossos do ofício, não é? – Triminator sorria enquanto fechava a porta do cativeiro daquele rapaz. O deputado Aloísio estava ali presente. Imediatamente, ele ligou para Francisco Heiner.
- Estou com seu filho, o que você acha disso? Achou que podia tentar me matar e sair impune?
- Meu filho! Por favor, não o machuque! O que você quer de mim? – Francisco se desesperou.
- Quero que venda sua empresa para mim por um preço de banana. Você tem 24 horas para decidir. Ou seu filho irá pagar com as conseqüências.

Um pouco antes de amanhecer, Triminator apareceu na casa de Francisco, no Leblon.
- Seu crápula! Você me traiu! – Francisco Heiner apontava o dedo para Triminator, que flutuava pelo seu quarto.
- Não existe traição no meu meio, Heiner. Eu sou um profissional, trabalho para quem me pagar melhor. Mas escute, vim aqui para te oferecer uma contraproposta.
- O que? – estava incrédulo, não conseguia nem chamar os seguranças.
- Me dê equipamentos melhorados e eu pego de volta seu filho e de quebra mato o deputado. Mas também quero mais dinheiro. Mais do que ele me pagou.
- E o que me garante que você irá cumprir dessa vez?
- Ele é um deputado, um homem rico. Mas você é um empresário bem sucedido. Você tem mais dinheiro que ele. Pode vencê-lo nessa disputa. Além do mais, você prefere perder sua empresa inteira ou apenas uns equipamentos? – Triminator sorria, como um ótimo homem de negócios com grande habilidade no mercado.
- Está bem. Vou te dar esta pistola. Ela tem tiros teleguiados e você pode mudar para a função de paralisia.
Triminator pegou a arma e acenou. Era, de fato, um grande homem de negócios.

O vilão voava pelo céu, fazendo cálculos de quanto já havia lucrado. Poderia passar um ano inteiro sem trabalhar como mercenário, somente aproveitando os luxos de uma vida de magnata. E tudo que fizera fora ser apenas esperto e mexer com as pessoas certas. Porém, em pleno ar, fora atingido por uma rajada de plasma. Rubro Negro estava em seu encalço.
- Achou que ia se livrar de mim tão fácil?
- O que? Aquela queda não o matou?! – Triminator estava admirado, tentando controlar sua mochila com jato para não perder o equilíbrio. Rubro Negro estava sobre o terraço de um prédio no Jardim Botânico. Havia perdido seu alvo horas atrás, mas recuperou quando saía do Leblon. Agora era hora do acerto de contas.
Triminator riu e atirou várias vezes sobre o vigilante mascarado.
- Hora de testar meu novo brinquedo.
Rubro Negro desviou rolando para o lado, desviando de todos, mas quase caindo do terraço.
- Sou mais o meu poder.
Rubro Negro disparou sua rajada novamente e atingindo Triminator em cheio. Ele perdeu altitude e voou mais para perto do chão, para mais longe também. O herói mascarado pulou para outro prédio, menor e o perseguiu. Triminator parecia fugir, mas voando baixo. Rubro Negro correu por prédios menores e calculou um salto para subir sobre seu adversário.
No salto preparou uma cotovelada. Porém, Triminator estava atraindo para uma armadilha. Quando Rubro Negro saltou, Triminator disparou seu raio no módulo de paralisia. Dessa forma, o vigilante mascarado estava agarrado nas costas de Triminator e não podia se mexer.
Triminator voou alto novamente e se chocou de costas numa parede esmagando o herói mascarado nela. Depois o arrastou sobre um muro com cacos de vidro. Rubro Negro teve, além de seu uniforme, a carne rasgada deixando um rastro de sangue.
Triminator voou sobre um prédio em construção e chocou Rubro Negro na parede novamente. Dessa vez ele largou Triminator e deslizou na parede começando a cair por muitos metros.
- É o seu fim, Rubro Negro.
Usando sua nova pistola, disparou dois tiros teleguiados que arremessaram o herói para dentro do prédio em construção. Subitamente, o andar inteiro desabou sobre sua cabeça...

CONTINUA